sexta-feira, 29 de março de 2013

Temporalidade e finitude

"Quando pensamos, fazemos com o fim de julgar ou chegar 
a uma conclusão; quanto sentimos, é para atribuir um valor pessoal 
a qualquer coisa que fazemos"

Carl G. Jung


Esta foi uma semana de reflexões e aprendizagens profundas, e por mais que os detalhes sejam  para mim (sagrada confidencialidade), e para os que compartilharam as reflexões e discussões, o resultado é algo que pode ser, e acredito que vale a pena ser compartilhado.

A frase de Jung sobre pensar e sentir, e as consequências de cada uma desses caminhos representa algo importante para esclarecer o que fez dessa semana um diferencial substantivo em minha vida.

Até ontem eu entendia o que Buda queria dizer com seus ensinamentos sobre sofrimento, sua causa e nossos apegos, porém ontem senti pela primeira vez que entendi o que Ele quis dizer com isso, e senti de uma forma extremamente forte que isso passou a fazer parte de mim.

Ao sentir durante a supervisão a força do impacto que nossa temporalidade tem em nossa existência, e quanto nos permitimos viverem uma ilusão de que temos todo o tempo do mundo, de repente alguma coisa mudou lá dentro, mais que um entendimento expandido, nasceu uma certeza: não importa o quanto algo dura, mas sim que tenha sentido enquanto dure, e que não fiquemos com situações abertas sem sentido em nossas vidas.

Precisamos estar presentes conosco e com o outro, e concluir cada pequeno capítulo que podemos concluir dentro do melhor das nossas capacidades, e fluir.

Todos teremos nosso fim com um momento na linha do tempo e com uma qualidade de rompimento, mas quantos de fato viveremos? Acho que ontem ganhei a oportunidade de viver com muito mais sentido.

Valeu grupo, Valeu Mauro

"A morte não tem nada de gloriosa.
Qualquer um pode morrer".

Johnny Rotten


Mas quantos podemos viver? E quanto podemos contribuir na qualidade da vida daqueles que tocamos???

FUNDAMENTAL!!!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Viver além dos limites


"É fácil viver no mundo conforme a opinião das pessoas. 
É fácil, na solidão, viver do jeito que se quer.
Mas o grande homem é aquele que, no meio da multidão,
mantém com perfeita doçura a independência da solidão".

Ralph Waldo Emerson


Esse recomeço de semestre (e de ano) vem trazendo novos desafios que tem ocupado bastante os meus pensamentos. 

Muitos pontos de interrogação andam aparecendo, e tenho buscado dar aos mais importantes a atenção necessária, e me fascino ao ver que tudo aquilo que venho construindo serve de base para o que segue, mas também de certa forma limita as escolhas que posso fazer, e me cobra maior responsabilidade nas decisões que tenho de tomar.

É a minha boa e velha metáfora da caminhada e dos passos: só precisamos saber onde queremos ir, e a partir daí dar um passo por vez com disciplina, paciência, perseverança, e principalmente verificando se os nossos passos no aproximam ou não dos nossos objetivos, e ainda se os nossos objetivos ainda são exatamente como eram quando os definimos, ou se sofreram alguma alteração, mudança, evolução ou revolução.

Às vezes percebemos ao nos aproximarmos um pouco das metas que perseguíamos que precisamos fazer alterações de percurso, pois o modelo que nos servia de referência quando começamos a caminhada já evoluiu, e nós já não somos mais o que éramos antes.

Lembro que li em algum lugar (infelizmente não lembro onde) que as coisas importantes que aconteciam em nossas vidas, aconteciam quando nós estávamos vivendo e perseguindo nossos sonhos e objetivos, e acho que aí está a mágica da coisa, a surpresa, o imprevisto, o inesperado de se descobrir algo quando tudo já estava claro e pré-estabelecido.

Viva a evolução, a revolução e a reinvenção!


Pouco importa o julgamento dos outros. 
Os seres são tão contraditórios que é
impossível atender às suas demandas, satisfazê-los.
Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro ..."

Dalai Lama

terça-feira, 17 de julho de 2012

Vida (des)equilibrada


"Viver é como andar de bicicleta: É preciso estar 
em constante movimento para manter o equilíbrio."

Albert Einstein




Domingo passado foi um dia especial. Por um lado cumpri uma meta que tinha colocado no final do ano passado de completar uma meia maratona em 1h50m, e poderia ter feito melhor se o piso do Jóquei não fosse um atendado aos tendões. Por outro lado minha esposa completou sua primeira meia maratona, e foi muito lindo ver o sorriso de satisfação no rosto dela por ter atingido a superação de completar a prova correndo todo o percurso.

Mas o que é que isso tem a ver?

Ao parar para pensar em como essa meta aconteceu, vejo que usei vários elementos de PNL e coaching em sua formulação. A meta criava sinergia entre diversas áreas importantes para mim (saúde, físico, família, auto-estima etc.) Mais do que isso era uma meta de percurso, ou seja, não era o destino final, mas sim um passo importante para chegar ao destino final que é voltar a correr maratonas, e mais do que isso correr a maratona de Paris em 2015.

Como toda meta cumprida, quando olhamos retrospectivamente acabamos identificando que não fizemos nada absurdamente heroico ou impossível, mas sim uma sequência de pequenos passos coordenados e direcionados a um objetivo maior. E nesse sentido ter um objetivo inspirador é muito importante, pois várias vezes eu apenas saia para correr por conta do bendito objetivo (já que o meu corpo não estava nenhum pouco a fim de se movimentar).

Nisso eu tenho uma característica que me ajuda muito: obstinação. Quando sou possuído por um objetivo sou intenso, e aprofundo ao máximo das minhas forças para atingir aquilo que estou perseguindo. A corrida tem isso para mim, é superação e metáfora ao mesmo tempo. Quando me recordo que fazem alguns anos que eu ficava com dois palmos de língua para correr 500 metros, fico maravilhado de ver o que dá para fazer com persistência, resiliência e perseverança.

Sei que sou radical e isso às vezes é um problema (na verdade muito mais para os outros que para mim), porém graças a isso consigo passo a passo materializar sonhos, e acho que é disso que se trata a vida: materializar sonhos.

Tudo o que nos cerca de tecnologia, cultura e produção humana foi um sonho na cabeça de alguém que ousou materializar suas visões. Passo a passo esses gênios foram trazendo ao mundo suas criações.

Então me pergunto: a que viemos cada um de nós? Quais serão nossas criações? E o nosso legado?

Espero refletir, e fazer refletir, no sentido de que nossas vidas tenham sentido e significado, e que nossa existência não termine com nossa morte. Acho que sem intensidade isso não é possível, e concordo plenamente com o que disse o roqueiro Lobão que "mais vale viver 10 anos a 1000 que 1000 anos a 10".

Qual será o nosso próximo passo? Em qual direção? Com qual intenção? E com que intensidade?

Acredito que no fundo o que precisamos é realizar a boa e velha individuação junguiana (lá vem o Maurício de novo com essa!!!), ou seja, desnudar nossa persona, jogar as máscaras, confrontar nossa sombra, nossos medos, e trazer à luz o nosso Self, ou seja trazer nossa essência ao Mundo.

Concordo profundamente com o que disse Nietzsche quando falou:

"TORNA-TE AQUILO QUE ÉS"

E você o que pensa a respeito??

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Em cada passo um passo...


"Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas... Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeira companhia...".

Friedrich Nietzsche



Não tem jeito, eu sei que a figura que vou usar é lugar comum, mas é tão certo e presente que não dá para começar de outra forma: estudar psicologia e colocar isso em prática no cotidiano muda a forma como vemos as pessoas, as relações entre elas, nossas relações com as pessoas, com o mundo, e em essência conosco.

Certezas viram dúvidas pois as reflexões batem fundo nos alicerces da nossas Psique, muitas vezes de uma forma que chegamos a pensar que não sobrará nada do antigo edifício, porém a consciência se reorganiza e fortalece com um entendimento e vivência mais amplos, e com isso vamos não apenas sobrevivendo, mas muito além disso passamos a entender as situações, as pessoas, os pensamentos e realidades que acreditávamos entender antes, e nos damos conta que tínhamos um contato apenas superficial com essas "realidades".

Esse entendimento destrói e reconstrói, enche a gente inicialmente de dúvidas para depois nos deixar com as perguntas que nos direcionam para um entendimento expandido. Esse entendimento se estende além de nós, e o nosso viver ganha um colorido diferente. Observar pessoas e suas relações ganha outro significado, e não coloco aqui nenhuma intenção de analisar, apenas passamos a ver coisas que não víamos antes.

Isso tem seu preço, pois em certas situações preferiríamos não perceber tantas nuances e situações, principalmente nos contextos que estamos mais fortemente inseridos. Quantas vezes nos últimos anos me peguei ouvindo pessoas conversando ou discutindo manifestando algo na superfície de suas personalidades, mas além disso com sua presença, seu corpo, suas expressões, suas escolhas do que falar e como falar, suas escolhas do que "ouvir" do outro e do que 'ignorar" (conscientemente ou não) manifestando realidades muitas vezes extremamente diferentes do que procuravam aparentar.

Alguém em uma fila sendo rude com algum atendente, e ao receber um tratamento um pouco mais ríspido atribui a grosseria exclusivamente ao outro. Curioso como colhemos o que semeamos, e muitas vezes não percebemos. Vivemos nossas rotinas algumas vezes ausentes, ou como diria um amigo "de corpo presente", e quando colhemos os resultados não entendemos o que recebemos, e não assumimos a responsabilidade pelos nossos resultados.

Estou cansado de ver monólogos a dois no dia a dia, é como se as pessoas estivessem falando para elas mesmas sem de fato perceber o que o outro pensa, sente e espera. Depois responsabilizamos o outro pela incompreensão e infelicidade. Ninguém é inocente, todos somos responsáveis, e como tal podemos fazer diferente e aumentar a qualidade de nossas vidas e relacionamentos.

Estar atento, presente e consciente do agora é talvez a chave que abriu a porta da Psicologia para mim, e os conhecimentos que estão sendo incorporados a partir daí com as diferentes matrizes teóricas são as lentes que permitem aproximar a realidade e identificar padrões de comportamento e suas consequências.

Muito a estudar, muita vida para viver, e uma interessante viagem pela frente. Férias fazem bem para pensar. Onde será que isso tudo vai nos levar???

"Um amor, uma carreira, uma revolução: outras tantas 
coisas que se começam sem saber como acabarão".

Jean-Paul Sartre

sábado, 23 de junho de 2012

Individuação Junguiana


"O que é real? Como você define o 'real'? Se você está falando sobre 
o que você pode sentir, o que você pode cheirar, o que você 
pode saborear e ver, o real são simplesmente sinais elétricos 
interpretados pelo seu cérebro".

"Cedo ou tarde, você vai aprender, assim como eu aprendi,
 que existe uma diferença entre CONHECER o caminho
e TRILHAR o caminho".

Filme MATRIX




Quanto mais assisto ao filme MATRIX (principalmente o primeiro da trilogia), mais eu me dou conta de coisas que eu não havia percebido antes. Este filme é para mim um marco, e considero que foi preparado com muita filosofia e mensagens "embarcadas", algumas eu já decodifiquei e percebi, mas muitas outras eu vou captando a cada nova oportunidade que tenho para assisti-lo. Cursando Psicologia então nem se fala, pois minha capacidade de compreender algumas mensagens sutis está aumentando a cada dia.


Estudamos Jung em Teorias da Personalidade no semestre passado, e fiquei pensando demais no filme quando aprendemos o conceito junguiano de individuação, o que pelo que pude entender é o processo que leva ao desenvolvimento do Self (substituindo o ego como centro da personalidade).

Se pensarmos que a individuação significa em essência tornar-nos únicos, existe uma brincadeira que pode ser feita com o apelido do personagem principal Neo, que significa algo novo, e podemos brincando com as letras convertê-lo em One - unidade ou individualidade. O filme (entre outras mensagens) nos está permitindo observar a saga de Neo para tornar-se Neo (basta ver a cena da luta nos trilhos de trem quando ele pela primeira vez afirma sua identidade Neo em lugar de seu nome).

Mas voltando à individuação, temos a passagem ou superação na personalidade de diferentes elementos que Jung identificou, e aqui gostaria de citar os três principais: Persona, Sombra e Anima / Animus.


Vemos o personagem principal em sua persona Thomas Anderson vivendo o que seria uma vida "normal", porém que não representava aquilo que ele sentia dentro de sua personalidade como algo que o completasse e representasse plenamente, e eu vinculo esse processo ao que Jung chamou de "desnudamento da persona". Neo teve que superar a persona Thomas para poder dar esse importante passo rumo á sua individuação.


Durante várias cenas no filme vemos confrontos parciais de Neo com sua Sombra, que para mim foi representado pelo excepcional Agente Smith. É de uma força simbólica muito grande o confronto final quando a sombra (Agente Smith) mata a Neo, e esse renasce, para na sequência literalmente entrar nas entranhas do agente, e emergir como luz destruindo o mesmo, e vencendo o confronto com sua sombra (pelo menos nesse episódio).


Finalmente chegamos à anima, e creio que em MATRIX (para Neo) essa figura está representada "pelo" oráculo, que na realidade é uma mulher. Ele vai até ela esperando algo, e sai frustrado com uma mensagem enigmática que o faz pensar no oposto do que acredita Morpheus, ou seja, que ele não seria o escolhido que todos esperavam, porém ao desafiar o que sua anima/oráculo lhe disse ele chega à sua realização plena como "o escolhido".


O que tem a ver compartilhar tudo isso aqui no NFE!


Fundamentalmente uma coisa: o estudo de Psicologia abriu possibilidades para que eu conseguisse entender o mundo de uma forma mais ampla e completa, e Matrix é um exemplo disso. Eu nunca teria conseguido ler a sutileza dessas mensagens caso não tivesse contato com os conhecimentos que tive até agora em minha formação, e isso é um incentivo extra para encarar o que temos pela frente rumo à graduação, e eu gostaria que fosse um incentivo para todos aqueles que estão nesta trilha comigo.


Acabei metade do curso e não foi fácil!!! 50 % da maratona está corrida, e só falta a metade final.


Isso não seria possível sem a colaboração da minha esposa Lúcia que tem se desdobrado em casa para superar o tempo que tenho dedicado aos estudos e ao trabalho. E por falar em trabalho tenho que ressaltar que sem o profissionalismo e a colaboração da Joyci eu também não teria conseguido chegar até aqui. Agradeço às duas, e vou para as férias para voltar em agosto e jogar os outros 45 minutos desse jogo (como sempre com muita seriedade e paixão).


Alguém teve algum insight psicológico assistindo Matrix ou outro filme? Que tal compartilhar???


Abraços psico-fraternos!!!



sábado, 16 de junho de 2012

PriorizAÇÕES & Escolhas

"Agir, eis a inteligência verdadeira.
Serei o que quiser.
Mas tenho que querer o que for..."

Fernando Pessoa


Um semestre inteiro sem postar aqui no Blog. Que saudades!!!!

Mas a vida é feita de escolhas e priorizações, e como as 24 horas do meu dia não seriam suficientes para tudo o que queria fazer eu precisei priorizar, e o blog ficou em segundo plano quando precisei avaliar meu tempo e ponderar frente a outras áreas muito mais importantes como tempo com qualidade em família, trabalho e estudo.

Várias vezes eu me vi tentado (pelo Ego ou pelo diabinho do lado direito) a escrever algumas linhas aqui e manter o fluxo de postagens regular, mas isso não estaria contribuindo com meu plano de prioridades, e, portanto, consegui lá no fundo do meu superego disciplina suficiente para me controlar e não postar.

Agora que acabou praticamente o semestre na Faculdade acredito que posso dedicar mais tempo ao blog, às postagens e as reflexões em conjunto que esse canal de comunicação possibilita.

Escolhi o trecho do Fernando Pessoa para a epígrafe pois ele complementa (e desafia) o título do post de "Priorizações e Escolhas", e um outro conceito que a meu ver está implícito em todos os demais: ATITUDE.

É um exercício intenso de consciência e auto-observação chegar a uma priorização satisfatória de tudo aquilo que queremos fazer no curto e médio prazo em nossas vidas (rumo ao nosso futuro), e um exercício até certo ponto doloroso ter que escolher entre o que entra e o que sai da nossa lista de coisas a fazer.

Nesse ponto o binômio ATITUDE + CONSCIÊNCIA tem um papel importantíssimo. Temos consciência de onde queremos chegar? Sabemos identificar o nosso propósito? Entendemos quais as nossas razões de existir? Se a resposta a todas essas questões é sim, e temos conteúdo humano para explicar o sim, creio que cumprimos uma primeira e importantíssima etapa na jornada de realização enquanto seres humanos.

Mas não é só isso! Depois de planejada a viagem e organizada a bagagem temos que colocar o pé na estrada, e literalmente fazer o que tivermos que fazer para cumprir aquilo que nos comprometemos a realizar. De novo nossa auto-consciência vem nos ajudar para constantemente verificar a realidade e nossos resultados, e além disso definir se nossas ações nos aproximam ou afastam do objetivo. Aqui a atitude e o compromisso são fundamentais, pois os resultados de nossas ações nos dirão se estamos a caminho ou não, e, se em caso afirmativo seguimos investindo nosso tempo e energia, mas se não estivermos devemos ter a atitude de parar e corrigir nossa rota tomando novas e mais eficazes ações.

Acho que a fórmula é simples, a complicação está em ser fiel a ela:

Qual é a minha missão?
Quais objetivos me levam a ela?
O que posso levar na bagagem (Escolhas)?
Que devo fazer?
Quais os resultados que estou obtendo das minhas ações?
Eles estão me aproximando do meu objetivo? Sigo ou corrijo? 

Traduzindo: Atitude e ação fundamentadas em objetivos alinhados com a nossa missão pessoal, ou seja, alinhados com a razão pela qual cada um de nós individualmente está neste mundo, validados por nossos resultados são a fórmula para identificar se estamos ou não no rumo que traçamos da melhor forma possível.

Infelizmente muitas pessoas pulam todas essas etapas, e vivem suas vidas de uma forma semi-presente ou semi-ausente (o que dá na mesma), e justificam seus resultados usando explicações externas a elas, ou seja, tirando delas mesmas o poder de tomar suas vidas e seus resultados em suas mãos. É triste mas estou seguro que cada um obtém os resultados justos em função de suas ações e de sua consciência de propósito.

Por isso concordo plenamente com Fernando Pessoa quando diz "Mas tenho que querer o que for ..."

É muito bom voltar :)



domingo, 4 de dezembro de 2011

Reflexão de fim de semestre

"Esperança não significa uma promessa. Esperança significa 
um caminho, uma possibilidade, um perigo"

Edgar Morin



Este semestre foi extremamente gratificante. Aprendi e reaprendi muitas coisas. Obviamente foi também um semestre desafiador com as primeiras inserções de estágios, a quantidade de relatórios e trabalhos, e um pouco do caos inicial da falta de professores no começo do semestre. Porém tivemos muita sorte com os professores que se incorporaram ao time de mestres que já possuíamos.

A nota triste é a saída da Profª Márcia de quem sentiremos falta (e acho que os outros grupos também).

Mas acho que todos aprendemos e saímos muito mais fortes desta experiência.

Com toda a demanda de estudo tive que deixar de lado toda e qualquer outra demanda de leitura, pois simplesmente o tempo não dava para tudo (só se eu deixasse de dormir!), e não me senti muito culpado por isso, a não ser por um livro: a Biografia de Steve Jobs por Walter Isaacson. Quem me conhece sabe o que representou e representa Steve Jobs para mim, e desde a sua morte que estou com o livro para ler sem encontrar tempo (Muito frustrante!!!).

Infelizmente ele se foi, mas felizmente ele deixou um legado imenso, e hoje pude concluir a leitura da biografia (devorei nos últimos dias). Jobs fez muita coisa brilhante, entre elas uma que impactou demais foi a campanha Think different (exemplo acima na foto). Acho que vale a pena buscar no Google e ver o impacto de idéias, visuais e de posicionamento da Apple através dessa campanha.

A outra foi sua forma única e incisiva de deixar sua "marca no mundo". Retirei o parágrafo abaixo do livro, e incentivo todos os que gostem de Steve Jobs a lê-lo, é imperdível"

"O que me incentivava? Acho que a maioria das pessoas criativas quer manifestar o seu apreço por ser capaz de tirar partido do trabalho feito por outros antes. Não inventei a língua ou a matemática que uso. Preparo pouco da comida que como, e nenhuma das roupas que visto. Tudo que faço depende de outros membros de nossa espécie e dos ombros sobre os quais ficamos em pé. E muitos de nós querem dar uma contribuição para nossa espécie também e acrescentar alguma coisa ao fluxo. Tem a ver com tentar expressar algo da única maneira que a maioria de nós é capaz de fazer ... Tentarmos usar os talentos que temos para expressar nossos sentimentos profundos, para mostrar nosso apreço por todas as contribuições feitas antes de nós e para acrescentar algo ao fluxo. Foi isso que me motivou" 
STEVE JOBS

QUAL SERÁ A NOSSA CONTRIBUIÇÃO? DEIXAREMOS UM LEGADO OU PASSAREMOS SEM DEIXAR VESTÍGIOS PELO UNIVERSO?

BOAS FÉRIAS A TODOS!!!

domingo, 13 de novembro de 2011

Adorno e o conceito da semi-formação (Eu adornei!)

"O amor é a capacidade de perceber o semelhante no dessemelhante"

Theodore Adorno


Esta semana tivemos a oportunidade de trabalhar na aula da Profª Márcia um texto sobre o conceito de semi-formação de Theodore Adorno. O texto utilizado foi o capítulo II da Tese de Mestrado de Osvaldo Rocha da Silva - A formação cultural e os temas transversais: um estudo de caso a partir da teoria crítica da sociedade.

Acho que existem momentos raros e mágicos da vida de todas as pessoas, e para mim pelo menos, alguns deles estão conectados a refletir em coisas novas, ou pelo menos sob uma perspectiva nova. E esse texto tocou de alguma forma nestes dois elementos.

Não quero, e nem acredito ter conhecimento para, entrar nos detalhes do conceito de semi-formação, mas para o que tenho em mente com este post basta colocar que a formação cultural de fato desenvolve em nós o cultivo de um espírito crítico e analítico, e nos permite tornar argumentativos com inteligência e elegância. Já a semi-formação cultural instala um espírito conformista, e de pouca ponderação e argumentação crítica.

Como um quebra-cabeças no qual faltam peças temos nossa formação (semi-formação) deixando vazios que nos enfraquecem em nossa capacidade de discernir, em nossa capacidade de refletir e finalmente em nossa capacidade de realizar construções intelectuais e obras com a impressão digital da formação plena e bem estruturada. 

Com este texto entendi alguns dos vazios que sinto! Acho que devo convidar Adorno para passar as férias pelos meus neurônios, e agregar algumas sinapses de altíssimo valor agregado ao conjunto existente.

No texto em questão foi levantada a "fórmula" de sobrevivência para a cultura a qual cito literalmente abaixo:
"Diante desse quadro a única possibilidade de sobrevivência que resta à cultura é a auto-reflexão crítica sobre a semi-formação ... evidencia-se, dessa forma, a necessidade do exercício do pensamento crítico para que a formação, como apropriação subjetiva da cultura historicamente produzida, possa sobreviver, pois a semi-formação, ao propiciar a regressão da consciência e ao gerar nos indivíduos o conformismo, faz com que eles ajam mais a favor do que contra o sistema"
Volto ao já batido e velho conhecido conceito da presença. Se estivermos presentes de fato em nosso processo de formação, estaremos interagindo inteligentemente com todos os bits de informação que chegarem ao nosso sistema, e portanto, nos apropriaremos de fato do nosso conhecimento ampliando nossa base, nosso ferramental intelecto-cognitivo e com isso nossa capacidade de gerar mudanças positivas e construtivas no mundo que atuamos.

Fiz várias pontes entre este texto, e um pouco do que vimos de Edgar Morin no semestre passado com a Profª Ana Maria, e neste semestre com o Prof. Carlos referente à integração dos saberes. Acho que essa integração é produto e processo ao mesmo tempo na trilha rumo à formação. Mas estas conexões dariam um novo post que agora não tenho tempo para escrever (tenho que acabar de ler os materiais para compor o trabalho de Avaliação Psicológica da Profª Lucila).

Deixo um pensamento a meu critério relacionado com o tema para a reflexão de todos:

"A escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. 
O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode fazer isso"

Martin Luther King

BOAS PROVAS a todos!!!

domingo, 16 de outubro de 2011

Comportamental...

"Nenhum homem é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos"

Sigmund Freud


É impressionante quanto a gente começa a perceber mais profundamente as coisas através dos comportamentos das pessoas, e daquilo que elas falam (ou deixam de falar) depois que começamos a estudar e viver a Psicologia de uma forma mais constante e estruturada em nossas vidas.

Assistindo uma série de televisão da Fox (Lie to Me - Engana-me se puder) tomei contato com o trabalho de um psicólogo chamado Paul Ekman, que é considerado um dos 100 psicólogos mais influentes do último século, e que está ainda na ativa produzindo.

Tenho que confessar que, se a minha ignorância com relação à Psicologia como um todo era significativa no começo do curso no CEUNSP, a parte específica do comportamentalismo era ainda mais nova para mim, e entrar em contato com esses conhecimentos me ajudou a começar a pensar em dimensões diferentes das pessoas em suas relações.

O psicólogo Paul Ekman tem estudos e trabalhos muito interessantes na parte das emoções, mas o que mais me chamou a atenção em seu trabalho, e que de certa forma é o que é mais explorado na série de TV, é aquilo que ele chamou de micro expressões. Indo ao extremo da simplificação poderíamos dizer que algumas emoções específicas promovem alterações nos músculos da face que permitem a um observador bem treinado identificar a emoção naquela pessoa através de seus sinais.

Acredito que esta teoria, e os trabalhos desenvolvidos sobre ela, podem derramar mais luz no desenvolvimento do behaviorismo, pois permitiriam ao analista do comportamento ter mais elementos para entender os comportamentos encobertos dos indivíduos. Interessante refletir nas possibilidades que esse conhecimento nos trás.

Uma última reflexão que ficou para mim ao ter contato com o trabalho do Dr. Ekman foi que à medida que nos apropriamos mais de suas descobertas, e as aplicamos no dia a dia temos a nossa responsabilidade nas interações com as outras pessoas ampliada, pois começamos a identificar sinais que reforçam suas falas (coerência), mas também sinais que contrariam suas falas (incoerências, mentiras etc.).

Nada mais oportuno a ser desenvolvido por aprendizes de Psicólogos, certo?

PS. Para quem não assistiu a série "Lie to Me" eu recomendaria a primeira temporada pois tem muito mais elementos para entender a teoria das emoções/micro expressões. A segunda temporada é muito interessante também, mas já ficou um pouco mais ação e policial que uma trama psicológica.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Quadro Sinóptico

Somente uma referência rápida para não perder a oportunidade de registrar (e reconhecer o valor agregado para nossa formação). Tivemos na última aula com o Prof. Marcelo um exercício prático de construção de um quadro sinóptico que para mim funcionou como lição do erro, consolidação de conhecimento e aprendizado de uma ferramenta interessante para estudo.

Acredito que a idéia foi muito boa, e a condução excelente. Tenho certeza que todos os que estavam presentes (não somente de corpo presente) tiraram muito proveito do exercício, e acima de tudo das explicações e reflexões do Prof. Marcelo.

Segue o quadro que construímos (Fernando, Elisangela e eu).