domingo, 7 de março de 2010

Significando.

As fronteiras da minha linguagem são as fronteiras do meu universo

Ludwig Wittgenstein


A Professora Vivian perguntou durante a aula quem já havia lido Machado de Assis, e isso me fez viajar no tempo (e não na maionese) lembrando da época de colégio e vestibular quando eu fui praticamente obrigado a ler esse autor.

É curioso como a nossa energia para fazer algo é influenciada pelas razões pelas quais fazemos esse algo, ou seja, li por obrigação e o valor que extrai disso foi baixo, e conseqüentemente a experiência foi pobre. No meu caso como no de muitos, a obra em questão foi o clássico Dom Casmurro.

Pesquisando a obra do autor após a aula senti a dimensão da minha ignorância, e me peguei fascinado e curioso para aprofundar um pouco mais. Entre um clique e outro (sempre começando pelo meu fiel escudeiro Google) comecei a identificar várias obras de Machado de Assis, e talvez pelo momento que eu estou vivendo uma me chamou especialmente a atenção foi "O Alienista".

* Para o pessoal do curso - sugiro que leiam pelo menos uma resenha deste livro para entender porque este texto me interessou, e porque pode vir a interessar aos demais :o)

Para quem quiser se aprofundar e ler clique aqui e leia o livro online.

Durante a aula eu também me recordei do que falou Wittgenstein (citação do topo deste post), e esse conceito encaixa perfeitamente no momento de vida que estou. A linguagem pode criar e ampliar, mas também pode delimitar nosso universo de experiências. Sempre temos escolhas!

Da forma que consigo perceber a linguagem e o pensamento trabalham em conjunto na construção daquilo que somos, seja pela estruturação interior das nossas experiência, seja pela ação verbal que temos com o mundo em nossas pesquisas, diálogos e discussões, ou até mesmo pelas portas de acesso que pode nos abrir a novos conhecimentos e idéias.

Acredito que para esse binômio pensamento/linguagem seguir seu ciclo virtuoso um terceiro elemento que talvez possa ser chamado de vontade, personalidade ou consciência tem que estar presente causando e explicitando as experiências, aprofundando com isso os estados que elas geram e intensificando nossas vivências.

Talvez ao caminhar para esse estágio de consciência/conhecimento consigamos entender de fato o que Wittgenstein quis dizer com  "linguagem", "fronteiras" e "meu universo", e como interagimos com tudo isso.

Um comentário:

  1. Isso tudo que você disse me fez lembrar de um texto de Pineau, um estudioso que trabalha com metodologia (auto)biográfica. Ele discute justamente essas diversas forças que formam/constituem o homem.
    Vívian

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