As fronteiras da minha linguagem são as fronteiras do meu universo
Ludwig Wittgenstein
A Professora Vivian perguntou durante a aula quem já havia lido Machado de Assis, e isso me fez viajar no tempo (e não na maionese) lembrando da época de colégio e vestibular quando eu fui praticamente obrigado a ler esse autor.
É curioso como a nossa energia para fazer algo é influenciada pelas razões pelas quais fazemos esse algo, ou seja, li por obrigação e o valor que extrai disso foi baixo, e conseqüentemente a experiência foi pobre. No meu caso como no de muitos, a obra em questão foi o clássico Dom Casmurro.
Pesquisando a obra do autor após a aula senti a dimensão da minha ignorância, e me peguei fascinado e curioso para aprofundar um pouco mais. Entre um clique e outro (sempre começando pelo meu fiel escudeiro Google) comecei a identificar várias obras de Machado de Assis, e talvez pelo momento que eu estou vivendo uma me chamou especialmente a atenção foi "O Alienista".
* Para o pessoal do curso - sugiro que leiam pelo menos uma resenha deste livro para entender porque este texto me interessou, e porque pode vir a interessar aos demais :o)
Para quem quiser se aprofundar e ler clique aqui e leia o livro online.
Durante a aula eu também me recordei do que falou Wittgenstein (citação do topo deste post), e esse conceito encaixa perfeitamente no momento de vida que estou. A linguagem pode criar e ampliar, mas também pode delimitar nosso universo de experiências. Sempre temos escolhas!
Da forma que consigo perceber a linguagem e o pensamento trabalham em conjunto na construção daquilo que somos, seja pela estruturação interior das nossas experiência, seja pela ação verbal que temos com o mundo em nossas pesquisas, diálogos e discussões, ou até mesmo pelas portas de acesso que pode nos abrir a novos conhecimentos e idéias.
Acredito que para esse binômio pensamento/linguagem seguir seu ciclo virtuoso um terceiro elemento que talvez possa ser chamado de vontade, personalidade ou consciência tem que estar presente causando e explicitando as experiências, aprofundando com isso os estados que elas geram e intensificando nossas vivências.
Talvez ao caminhar para esse estágio de consciência/conhecimento consigamos entender de fato o que Wittgenstein quis dizer com "linguagem", "fronteiras" e "meu universo", e como interagimos com tudo isso.
Isso tudo que você disse me fez lembrar de um texto de Pineau, um estudioso que trabalha com metodologia (auto)biográfica. Ele discute justamente essas diversas forças que formam/constituem o homem.
ResponderExcluirVívian