Genética, Darwinismo e ...

Deus não joga dados.

Albert Einstein

Nós seres humanos somos sem sombra de dúvida buscadores de significado! Temos uma vocação natural para conectar eventos, ou pedaços de informação, oriúndos de nossas experiência e vivências, e começar a derivar deles sentidos e significados que antes aparentemente não estavam lá.

Algumas vezes acontece comigo de receber inputs sensoriais, e pedaços de informação de fontes diversas num curto período de tempo, e esses inputs que a princípio não possuem nenhuma ligação de origem parecem se relacionar de alguma forma entre si o que me faz naturalmente  dar um significado à relação desses fatos.

Segunda-feira passada na aula de genética da Rosa Ema foi o pico de um momento de insight, mas para entender esse insight talvez seja necessário falar sobre os tais "pedaços de informação" que foram me rodeando nas últimas semanas.

Evento 1 - Algumas semanas atrás discutíamos em um grupo de amigos alguns assuntos em um bate papo informal, quando o tema do significado da vida apareceu. Dentro dos comentários que apareceram os que mais me chamaram a atenção foram aqueles relacionados à razão da vida, o por que vivemos e o que acontece após nossa morte. Terminamos a conversa sem concluí-la de fato pois no lugar de caminhar para um fechamento ou explicação íamos mais e mais abrindo o leque de teorias.

Evento 2 - Uma semana e meia atrás uma amiga me envia um desses emails com mensagens de auto ajuda. O conteúdo desse email mostrava Einstein ainda criança assistindo uma aula de filosofia onde o professor falava que iria provar a não existência de Deus baseado no fato que existia a maldade no mundo, e em sua teoria distorcida como uma coisa provaria a outra. Einstein criança salvava o dia dando uma tremenda lição de moral no professor malvado :)

Evento 3 - Fazendo o fichamento do texto de Filosofia que o Prof João Batista pediu sobre os períodos da Filosofia encontrei uma passagem muito interessante da filosofia Patrística que explicava exatamente a visão dos filósofos daquela época, e que coincidentemente apresentava uma resposta ao professor de Einstein que comentei no evento 2. Segundo aqueles filósofos o mal existe pois o ser humano possui livre arbítrio, e em como resultado de suas más escolhas gera a maldade no mundo. (Temos que concordar que esses pensadores foram espertos!).

Evento 4 (o AHA da segunda-feira passada) - Na aula de genética falávamos de mitose, meiose e mutações genéticas que poderiam gerar crianças com graves problemas, e na discussão com a professora aconteceu um desses momentos mágicos de significado para mim. Na discussão aconteceu um click mental que consolidou os eventos 1, 2, 3, 4 e outros questionamentos menores em um poderoso insight.

É difícil de explicar mas vou tentar com um exemplo: Se na natureza um filhote de leão nasce com um problema genético que o impede de funcionar normalmente, ele muito provavelmente não irá sobreviver pois não estará apto a enfrentar os desafios de seu entorno. Por outro lado quando um bebe nasce com um problema sério que o impeça de funcionar normalmente ele demanda atenção especial, e caso a receba terá condições de sobreviver.

Essa atenção diferenciada dada por outro ser humano a um bebê com necessidades especiais contraria o darwinismo que rege o destino do filhote do leão com problemas. Nessa hora os filósofos, se reuniram com Einstein e seu professor e mais todo o meu grupo de amigos dentro do meu cérebro e conseguiram chegar à conclusão que aquele bate papo de evento 1 nunca chegou.

A atenção, o carinho, a dedicação e o amor que um pai, uma mãe ou um profissional de suporte dá a uma criança com necessidades especiais vai contra a seleção natural, e portanto, nos distingue dentro do reino animal. O meu insight foi em outras palavras a constatação de que isso é algo que nos faz humanos, e nos diferencia dos "outros bichos".

Alguém tem algum conhecimento de outras espécies que agem de forma similar? Se sim compartilhem por favor.

ETIAM CAPILLUS UNUS HABET UMBRAM SUAM!!!