domingo, 2 de maio de 2010

Novos ventos, novos rumos ...

Tudo aquilo que não enfrentamos em vida acaba se tornando o nosso destino.

Carl Jung


Encontrei dificuldades nos últimos 10 dias para escrever alguma coisa, e não foi por falta de assuntos, mas sim por falta de tempo para alocar nesta atividade. No trabalho várias coisas importantes que consumiram (e consumirão) tempo estão acontecendo, e precisei priorizar esse escasso recurso chamado tempo da melhor forma que consegui. Isso sem contar o Karma do Imposto de Renda!

Das tantas coisas importantes que aconteceram e não escrevi, eu gostaria de deixar pelo menos um registro rápido das seguintes:

LIÇÃO DO ERRO - para mim foi uma experiência interessante onde pudemos aprender um pouco mais sobre nossos erros nas provas. Alguns professores tomaram este momento com maior profundidade, e isso funcionou melhor para mim e meu aprendizado.

TEXTO DO FRITJOF CAPRA - Este valeria pelo menos um post inteiro se eu tivesse tempo. O estudo deste texto foi para mim um aprendizado de abertura de olhos em como a evolução na ciência desde a Idade Média tem transformado nossa forma de pensar e vivenciar o mundo.

RATATOUILE - Muito interessante a experiência de ver algo conhecido com um olhar diferente. Essa proposta foi algo que me fez pensar muito. Quanta informação e conhecimentos novos poderíamos extrair das nossas experiências e vivências cotidianas usando este mesmo princípio? Acho que a idéia foi brilhante, e vou colocar esse princípio em ação em outras áreas.

NOVAS DINÂMICAS NAS AULAS - Este ponto é a razão central deste post, e o único que pensei desde o princípio em explorar em detalhes (o pensamento mais acima e a pintura do naufrágio de William Turner foram colocados pensando nisso :o))

Observei que após as provas vários professores mudaram seu "approach" na entrega das aulas, seja com um formato diferente nas atividades conduzidas, ou com uma proposta um pouco diferente na entrega dos conteúdos, ou finalmente com uma mensagem mais clara e forte para o grupo no sentido de trazer o foco para a realidade identificada com as provas e como otimizar o aprendizado.

Na administração de negócios chamamos isso de Melhoria Contínua. Existe uma ferramenta muito usada no mundo corporativo para facilitar esse processo de melhoria contínua conhecida como PDCA (Plan - Do - Check - Adjust), que em português seria traduzido para: Planejar, Fazer, Verificar e Ajustar (ou analisar), e considero que todos podemos extrair benefícios de sua utilização.

Pelo que observo nas aulas esse processo aconteceu, e hoje os professores estão trabalhando com a gente de uma forma mais focada a partir daquilo que identificaram como os pontos a serem trabalhados mais fortemente.

Como poderíamos usar este tal de PDCA para nosso benefício? Vou dar um exemplo fictício (realmente fictício ok!). O aluno X colocou como meta ter notas acima de 7,0 em todas as matérias, e estudou o primeiro bimestre seguindo seus métodos conhecidos de estudo. Ele planejou, executou e na prova ele verificou os seus resultados, ou seja, do ciclo PDCA ele fez o PDC.

Esse aluno X identificou que em Filosofia tirou a nota 5, o que não é tão ruim assim pois é a média da Faculdade, porém ficou abaixo de seu objetivo o que o frustrou, e decidiu fazer alguma coisa a respeito.

Cabe aqui um parênteses: neste ponto nosso amigo X pode chamar a responsabilidade para si, e se colocar como quem tem os recursos para reverter a situação, ou pode responsabilizar a Faculdade, os professores, os colegas, etc. pelos resultados obtidos. Minha experiência diz que chamar a responsabilidade para si traz melhores resultados e abre mais possibilidades do que responsabilizar alguma entidade fora de nós. Fecha parênteses!

Nosso amigo X (fazendo o "A" do PDCA) identifica pontos que poderiam ajudá-lo a melhorar seus resultados, e replaneja seu segundo bimestre para usar o novo método incorporando esse novo conhecimento. Esse novo conhecimento pode passar por novos métodos para estudar, novas formas de participar das aulas, alternativas para estudo em grupo, questionar mais profundamente os professores durante as aulas, etc.

Após isso é ir para o "DC" do ciclo, ou seja, fazer e verificar na prova do 2o Bimestre, e após isso fazer a análise "A" outra vez, e assim por diante. O ciclo PDCA é algo contínuo que está sempre em ação a nosso favor quando queremos analisar resultados obtidos para encontrar formas melhores de obtê-los ou formas de obter  melhores resultados.

Saindo do mundo hipotético e aterrissando em nossa realidade eu mesmo fiz meu ciclo PDCA intuitivamente após receber os resultados das provas, e já comecei a agir sobre o meu plano "melhorado" de formação e estudo, e obviamente vou fazer a mesma coisa após as próximas provas, e assim por diante até o final do curso pois acredito que melhorar constantemente é a razão de estar vivo.

Notei que muitos amigos e amigas ficaram descontentes com seus resultados, e tenho certeza que aqueles(as) dentre eles(as) que se fizerem donos de seus resultados (principalmente aqueles resultados não desejados) serão os que crescerão mais rapidamente, e atingirão seus resultados desejados com maior eficácia.

Como diria Einstein (quem eu não canso de citar nunca) "Loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual!"

Esse tio Alberto é demais!

2 comentários:

  1. Muito bom amigo você me inspira a fazer melhor

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  2. Maurício, um rápido comentário:

    A questão é que nós, enquanto professores, não "entregamos" aula ou conteúdo. Essa expressão, creio que deriva de uma ou mais de uma das seguintes possibilidades: (1) relação de cliente-fornecedor, (2) do "content delivery" comum nos textos norte-americanos - e no jargão norte-americano da educação a distância, ou ainda, (3) do universo corporativo e seus "entregáveis" (deliverables) ao final de um projeto.

    Não posso, infelizmente, me estender sobre o assunto: amanhã não poderei usar datashow para "deliverar" minha aula, e tenho que refazê-la para retroprojetor. Mas a mensagem é: as aulas são criadas enquanto acontecem, e vocês são parte disso.
    Queria só enfatizar que, como todo evento vivo, as aulas tem um grau de imprevisibilidade bastante interessante. Se elas mudaram, tenha certeza, é TAMBÉM porque vocês estão diferentes de alguma forma. Um "PDCA informal" certamente ocorreu, mas pode ter sido dos dois lados: conforme vocês mudaram e nós sentimos os resultados das avaliações e de nossas aulas, esse conjunto complexo trouxe a mudança que você observou.

    Um abraço,

    Prof. Marcos

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